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BLOG DO CABO FERNANDO

Candidatos a vagas na Acadepol também compraram diplomas

Denúncia da compra do registro irregular feita por O TEMPO será investigada
Ação. Delegada Adriana Bianchini
(atrás) chefia inquérito sobre
diplomas falsos usados para burlar
cursos
A compra de diplomas falsos para a conquista de cargos é uma prática tão comum que ocorre, até mesmo, entre candidatos que concorrem a vagas na Polícia Civil. Cerca de 30 pessoas que prestaram concurso para entrar na Academia de Polícia Civil do Estado de Minas Gerais (Acadepol) apresentaram diplomas falsos de ensino médio.

A delegada Adriana Bianchini, da 4ª Delegacia Especializada de Falsificações e Defraudações da capital, investiga os casos, descobertos há pouco mais de um mês. O esquema é parecido com a denúncia publicada ontem, com exclusividade, por O TEMPO.

A reportagem forjou interesse num diploma falso e negociou com o estelionatário por telefone. Na última terça-feira, o documento foi entregue na avenida Santos Dumont, uma das mais movimentadas no centro da capital.

Nem mesmo a presença de uma delegacia a poucos metros do local da venda do certificado falso inibiu a ação dos estelionatários, que cobraram R$ 200 pelo diploma. O documento veio com carimbo da Secretaria de Estado de Educação (SEE) e da Escola Sesi Alvimar Carneiro de Resende, no bairro Cinco, em Contagem, região metropolitana da capital.

O certificado falso foi entrega à reportagem por homem de cabelos grisalhos que se apresentou como aposentado e informou que está no esquema há seis anos. "É quente, nunca deu problema, já vendi até para gente que entrou na Polícia Militar e na BHTrans", garantiu.

Um dia após publicação da denúncia, o diploma falso foi encaminhado à Polícia Civil. Para o inspetor João Rocha, acostumado a investigar casos do tipo, trata-se de uma falsificação grosseira. "Já vi outros mais bem feitos", avaliou.

A delegada Adriana Bianchini informou que está com vários inquéritos do tipo em andamento.
 Segundo ela, apesar dos crimes de estelionato e uso de documento falso terem previsão de penas de até cinco anos de prisão, muitos criminosos acabam respondendo em liberdade.

A dificuldade em inibir o crime também é conhecida pelo Conselho Estadual de Educação.
 Segundo a diretora de superintendência técnica, há sempre quem procure esse tipo de facilidade.

CALL CENTER
Esquema facilitava contratação
A venda de diplomas também é praticada dentro de empresas. Segundo denúncias feitas ontem à reportagem de O TEMPO, nos corredores de uma grande corporação que a atua no ramo de call center em Belo Horizonte, uma funcionária oferecia certificados de ensino médio ao preço de R$ 200.
O denunciante, que pediu para não ser identificado, revelou que, após encomendado, o diploma era entregue na portaria da própria empresa, que exige ensino médio completo para atendentes de telemarketing.
relato."Encomendei o diploma com uma funcionária que intermediava o esquema dos certificanos na empresa. Dezenas de candidatos compraram e passaram na seleção feita para contratação de novos funcionários. Quando chegou a minha vez de apresentar o tal documento, disseram que o diploma era falso", contou. (RRo)

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