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CARTAS AO CMT GERAL CEL RENATO


Montes Claros, 26 de Setembro de 2009.

            Senhor comandante geral da PMMG,

            Venho através desta compartilhar uma situação em que me encontro e que muito me angustia. Sei que, com a sensibilidade à prova não deixará de analisar tal situação que passo a narrar a seguir: - Em 2001, comecei a sentir fortes dores na região lombar da coluna vertebral, e nesta época foi diagnosticada através de exames de ressonância magnética a existência de “hérnia de disco”. Durante o tratamento com o Dr.Cláudio Kleber, ortopedista e especialista no assunto e após muitas sessões de fisioterapia, RPG e hidroterapia, foi reduzido bastante às dores e a hérnia, mas, começou a surgir tremores em minhas mãos, sendo mais intenso no lado direito. Aos poucos estes tremores aumentavam gradativamente sem justificativa. Nesse momento o Dr. Cláudio Kleber, juntamente com o Dr. Sérgio Barcala, então ten. méd. do NAIS, decidiram me encaminhar para um médico neurologista para que eu fosse avaliado e tratado. Procuramos ajuda com o Dr Virgilio Bueno, neurologista, que também, por sua vez, após inúmeros exames, consultas, avaliações e medicações diversas não conseguiram encontrar as razões que levava a continuar tais tremores que aumentavam a cada dia. Então, no fim de 2002, o Dr Virgilio sugeriu que eu deveria ser avaliado por um neurologista especialista em distúrbios dos movimentos (todas as doenças que causam tremores na pessoa), o Dr. Lyster Dabien Haddad, numa clinica especializada em Belo Horizonte/MG. Nesse período, segundo semestre de 2003, eu já me encontrava bastante debilitado e dependente de medicamentos e da minha esposa, que sempre me acompanhava nas consultas e exames. Ao agendarmos a consulta com o Dr. Lyster, fomos informados que as consultas e todo o tratamento seriam totalmente particulares, pois a clinica onde seria realizado o tratamento não era conveniada com do IPSM e muito menos com SUS. Apenas os exames foram realizados pelo IPSM, quando eram autorizados (e muitos não foram), bem como a compra de medicamentos, que já é praxe em nossa classe. Após a realização de vários exames e consultas com o Dr Lyster, foi diagnosticado que eu era portador de “Mau de Parkinson juvenil”, doença degenerativa, incurável e de tratamento longo e muito doloroso. Nesta época, fomos informados que essa doença era muito rara em pessoas da minha idade (31 anos), que chegava a uma proporção de uma pessoa para cada milhão de habitantes com a possibilidade de adquiri-la. De 2003 em diante começou a peregrinação entre Montes Claros e Belo Horizonte. Nesta época, o ten.méd. Sérgio Barcala, médico do NAIS da nossa região, hoje Capitão, acompanhou e vivenciou conosco diversas situações bastante difíceis, tanto no aspecto da doença em si, principalmente nas internações em hospital, necessárias na época, como também nas dificuldades financeiras e de locomoção até Belo Horizonte, inclusive para avaliações na JCS. Contamos com a ajuda dele dando pareceres nas solicitações e liberações de uma ambulância (quando era liberada), para que eu fosse levado para Belo Horizonte juntamente com minha esposa me acompanhando. Era totalmente necessário, para que ela pudesse relatar ao médico as alterações que ocorriam comigo no decorrer dos dias, que tudo era anotado por ela, sem esquecer nenhum detalhe, imensamente necessário para o médico. Era obrigatório também que eu fosse totalmente dopado para essas avaliações médicas, que constam em documentos entregues à PM. Estar dopado era um dos fatores que ajudava bastante nestas avaliações feitas pelo Dr. Lyster, pois media a qualificação do grau de progressão ou regressão dos tremores, haja vista que uma pessoa quando se encontra dopada não tem reações próprias ou voluntárias e sim involuntárias, podendo assim, o médico, avaliar o grau dos tremores e de rigidez muscular, próprios da citada doença. Durante muito tempo, as medicações, consultas e hospedagens, foram custeadas por mim, sem qualquer ajuda de terceiros ou da própria PM. Para diminuir os meus gastos financeiros, fui obrigado desligar (dar baixa) do clube de cabos e soldados, onde, graças a Deus, usufrui da acomodação a mim oferecida pelo tempo que fiquei em tratamento em Belo Horizonte, e que me ajudou grandiosamente. Os gastos cresciam a cada dia. Somente com medicamentos, foram gastos três anos e cinco meses para que eu pagasse ao IPSM os valores debitados pelas farmácias onde eram compradas tais medicações, descontados em meu demonstrativo de pagamento mensalmente.
            Entre idas e vindas, para exames, consultas e avaliações pela JCS, em setembro de 2006, repentinamente, após quase três anos de licença médica, fui “reformado pela JCS”, porém, proporcional ao meu tempo de serviço. Foi uma surpresa, pois não esperávamos que isso fosse acontecer, pois o tratamento estava evoluindo e eu melhorando a cada dia. Não quero causar polêmica ou desmerecer a credibilidade e autoridades dos médicos da JCS, muito menos denegrir a imagem e a idoneidade deles. Mas, essa reforma a meu ver foi injusta. Primeiro porque em nenhum momento cogitei tal reforma, pois sempre foi minha pretensão tratar esta doença para ter condições para voltar ao trabalho. Segundo, se realmente fosse necessário esta reforma, ela teria que ter sido integral, uma vez que se trata de uma doença degenerativa e não tem cura, além da depressão que anda de “mãos dadas” com ela na vida de qualquer pessoa que é portadora. A doença foi adquirida quando eu estava em plena condição de trabalho.
            Quando tive acesso ao laudo de reforma dado pela JCS, apresentei aos médicos que me acompanhavam no tratamento. Todos demonstraram indignação pela situação, principalmente por ter sido ignorado todos os relatórios emitidos para a JCS, informando a minha situação de saúde, inclusive de “diagnóstico inequívoco”. No laudo não consta a doença mau de Parkinson e sim que o diagnostico foi “aventado”, ou seja, o tratamento que fui submetido, para a JCS, foi construído com base em mentiras e os relatórios comprados, não existe, para a equipe médica que me avaliou.Também foi alegado, no laudo de reforma, que eu fiz uso de medicamentos de última geração e não obtive resultado satisfatório.Outra inverdade, pois desde 2005 faço uso de um medicamento chamado  “Sifrol” (especifico para a doença) e até hoje não foi necessário substituí-lo e também “Mantidan” e “Anafranil”, da mesma forma. Mesmo assim, fui aconselhado, pelos médicos a deixar de lado por um tempo, pois a depressão e os tremores aumentaram consideravelmente devido a situação em que eu estava vivendo naqueles momentos e para o bom andamento do tratamento, seria bom que eu me afastasse totalmente destes problemas. Assim o fiz.
            Em Novembro de 2008 fui surpreendido com a redução do meu salário. Foi aí que se deu a real reforma proporcional. Mas eu não assinei nenhum documento, isto porque na época, devido aos tremores, registrei uma procuração em cartório dando poderes a minha esposa. Ao procurar a SRH do quartel, em 2006, para verificar os documentos da reforma, ela foi impedida de assiná-los. Também não movi nenhum processo contra o estado, até os dias de hoje.
            Neste período, muitas dificuldades passamos e muitas dividas foram adquiridas. Atualmente, não passamos mais dificuldades porque contamos com a ajuda de amigos e familiares. Hoje eu recebo liquido o equivalente a R$ 160,00 por mês. Pago um empréstimo com desconto em folha e outro no banco do Brasil, ainda, compra de medicamentos e a parte de assistência à saúde dos meus dependentes. Com esse valor, sinceramente não dar para viver dignamente.
            Durante todo este tempo eu tenho tratado pensando numa única coisa: “voltar a trabalhar”. Graças a Deus, hoje os tremores diminuíram em quase 90%. Uma vitória e um grande avanço, segundo os médicos que me acompanham no tratamento, inclusive os médicos do NAIS daqui da nossa região. A doença existe e não tem cura, bastando tão somente controle até quando descobrirem a tão sonhada cura e é o que já faço a cada três meses em consulta com o Dr. Virgilio Bueno, aqui, no hospital Aroldo Tourinho.     Levo uma vida normal e familiar, dentro das minhas condições de saúde.
            Senhor comandante geral, a minha vontade de retornar ao trabalho é grande e eu já tenho a liberação dos médicos, inclusive do Cap. méd. Sérgio Barcala, que tem conhecimento de toda a situação desde o inicio. Segundo eles, eu tenho sim condições de voltar ao trabalho dentro das minhas condições de saúde com algumas restrições quanto ao tipo de serviço que vou exercer. Sei que posso desempenhar um bom serviço e existe dentro da PM um local onde eu posso ocupar. Assim coloco-me a inteira disposição juntamente com qualquer um dos médicos que me acompanham para esclarecer quaisquer dúvidas que possa existir, uma vez que muitas coisas aconteceram e não foram aqui colocadas e esclarecidas em virtude da pouca disponibilidade de tempo que o senhor tem. Conto com sua compreensão para que seja vista a possibilidade de uma revisão da minha situação aqui narrada. Adianto-vos que tenho documentos que comprovam tudo do pouco que foi aqui narrado.
           
            Desde já agradeço a atenção.

                                   



                                               Jurandir Oliveira Dias, Sd PM.
                                                            Nr PM 111809-0  






            Contatos, caso necessário:

  • Endereço: Av. Crisantino Borém, 345. Canelas II
                             Cep:39403-087 – Montes Claros / MG.

  • Telefones: 38 3084 0204 // 38 9964 9499

  • E-mail: jurandirdiastts@yahoo.com.br
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  • Montes Claros, 14 de Junho de 2011.

    Ao Senhor Comandante Geral da PMMG,


    Venho através desta, compartilhar a situação em que se encontra o meu esposo, o Nº. 111809-0, SD QPR Jurandir Oliveira Dias, cuja situação, posso afirmar, não é nada agradável.
     Em 2001 meu esposo estava destacado em uma cidade chamada São João do Pacuí, a 110 km de Montes Claros, onde começou o nosso drama. Meu esposo começou a sentir fortes dores na região lombar da coluna vertebral, nesta época foi diagnosticada através de exames de ressonância magnética a existência de “hérnia de disco”. Durante o tratamento com o Dr.Cláudio Kleber, ortopedista e especialista no assunto e após muitas sessões de fisioterapia, RPG e hidroterapia, começou a surgir tremores em suas mãos, sendo mais intenso no lado direito. Aos poucos estes tremores aumentavam gradativamente sem justificativa. Nesse momento o Dr. Cláudio Kleber, juntamente com o Dr. Sérgio Barcalla, então Ten.méd. do NAIS da 11ª RPM, decidiram encaminha-lo para um médico neurologista para que ele fosse avaliado e tratado. Procuramos ajuda com o Dr. Virgilio Bueno, neurologista, que também, por sua vez, após inúmeros exames, consultas, avaliações e medicações diversas, não conseguindo encontrar as razões que levava a continuar tais tremores que aumentavam a cada dia, o encaminhou para um especialista em distúrbios dos movimentos (são todas as doenças que causam tremores na pessoa), o especialista Dr. Lyster Dabien Haddad  em uma clinica especializada em Belo Horizonte.
    Nesse período, segundo semestre de 2003, ele já se encontrava bastante debilitado e muito dependente de medicamentos e da minha atenção. Ao agendarmos a consulta com o Dr. Lyster, fomos informados que as consultas e todo o tratamento seriam totalmente particulares, pois a clinica onde seria realizado o tratamento não era conveniada com do IPSM e muito menos com SUS. Apenas os exames foram realizados pelo IPSM, quando eram autorizados (e muitos não foram).
    Após a realização de vários exames e consultas com o Dr. Lyster, foi diagnosticado que meu esposo era portador de “Mau de Parkinson juvenil”, doença degenerativa, incurável e de tratamento (paliativo) longo, caro e muito doloroso. Nesta época, fomos informados ainda, que essa doença é muito rara em pessoas da idade dele à época (31 anos).
    De 2003 em diante começou a peregrinação entre Montes Claros e Belo Horizonte (de ônibus e ambulância). Nesta época, o ten.méd. Sérgio Barcala, médico do NAIS da nossa região, hoje Capitão, acompanhou e vivenciou conosco diversas situações bastante difíceis, tanto no aspecto da doença em si, principalmente nas internações em hospitais, necessárias na época, como também nas dificuldades financeiras e de locomoção até Belo Horizonte, inclusive para avaliações na JCS. Contamos com a ajuda dele dando pareceres nas solicitações e liberações de uma ambulância (quando era liberado, o que não acontecia quando nós mais precisávamos), para que ele fosse levado para Belo Horizonte para a realização do citado tratamento, com o Dr. Lyster.
    Entre idas e vindas, para exames, consultas e avaliações pela JCS, em setembro de 2006, repentinamente, após quase três anos de licença médica, meu esposo foi “reformado” pela JCS, porém, proporcional ao seu tempo de serviço. Foi uma surpresa para todos nós, pois não esperávamos que isso fosse acontecer afinal o tratamento estava evoluindo e ele melhorando mais a cada dia.
    Não quero causar polêmica ou desmerecer a credibilidade e autoridade dos médicos da JCS, muito menos denegrir a imagem e a idoneidade deles. Mas, essa reforma a meu ver foi injusta e arbitraria. Primeiro porque em nenhum momento foi cogitada tal reforma, pois sempre foi sua pretensão tratar esta doença para ter condições para voltar ao trabalho. Segundo, se realmente fosse necessário esta reforma, ela deveria ter sido integral, uma vez que se trata de uma doença degenerativa e que até o momento não tem cura. Não bastando essa doença ele ainda estava com depressão. Lembrando ainda que essa doença foi adquirida quando ele estava em plena condição de trabalho o que o fez por vários anos no plantão da 67ª Cia. enquanto  dava continuidade no tratamento.
    Nessa época, a reforma ocorreu no mês de Julho/2006 e só fomos informados informalmente (por um militar do NAIS) em Dezembro/2006, pois, na JCS meu marido foi orientado a aguardar em domicilio a resposta da decisão da equipe médica. Como era de praxe a mensagem era encaminhada para a 67ª Cia, onde a mesma era repassada para o militar, o que não ocorreu conosco. Diante da situação nada pude fazer naquele momento, pois meu objetivo era o reestabelecimento ou pelo menos a melhora do quadro de saúde do meu amado esposo, uma vez que reportei a situação aos médicos que o acompanhavam, e eles foram unânimes em dizer que a prioridade naquele momento era o tratamento de saúde,  Após receber tal noticia sobre a reforma, o quadro de saúde dele agravou-se bastante, tendo que reformular toda a terapia medicamentosa. Assim, fui aconselhada pelos médicos em priorizar somente o tratamento dele, o que acatei prontamente.
    Para se ter noção da quantidade de medicamento usado pelo meu esposo durante o tratamento nesse período, a dívida (com a aquisição dos medicamentos na rede conveniada) com o IPSM foi paga com desconto máximo permitido em folha durante três anos consecutivos. Só estou relatando apenas a divida com os medicamentos. Outros gastos, como passagens de ônibus e alimentação, até o momento não recebemos da PMMG, mesmo após a apresentação/entrega dos relatórios de viagens expedidos pelo 10º BPM, com os respectivos comprovantes/recibos. Na época fomos informados na P1 que o batalhão não dispunha de recursos financeiros para ressarcimento naquele momento/época. E ainda, os exames e consultas que não eram cobertos pelo IPSM, foram custeados pela nossa família.    
    Em Novembro de 2008 fomos surpreendidos com a redução do salário. Foi aí que sentimos ainda mais o resultado dessa reforma proporcional. Mas nem eu nem ele tínhamos assinado qualquer documento, isto porque na época, devido aos tremores muito intensos, meu esposo registrou uma procuração em cartório dando poderes a mim (para assinar todo e qualquer documento que fizesse necessário). Ao procurar a P1 do quartel em 2007, para verificar a documentação da reforma, fui impedida de assiná-los, e estes não foram assinados até o momento, bem como não fomos procurados por nenhum militar para falar a respeito do assunto até este momento.
    Em setembro de 2009 meu esposo escreveu uma carta ao senhor relatando essa mesma situação. Carta esta que fora generosamente entregue pelo Cabo Coelho, presidente do CSCS, pois não tínhamos (e nem temos no momento) condições financeiras para deslocarmos até Belo Horizonte e ir pessoalmente para conversar com o senhor. Naquela época o senhor determinou ao comandante regional da RPM em Montes Claros, que fosse aberta uma sindicância social para apuração do que foi relatado. Sindicância essa que foi instaurada às pressas sendo apurada em dezembro de 2009. A mesma ficou engavetada até Março de 2010, nessa data a sindicância foi encaminhada à assessoria institucional da PMMG. De lá para cá muitas coisas aconteceram. A pasta funcional dele, não se sabe o motivo, desapareceu do 10º BPM. O valor proposto de ajuda financeira até o momento não chegou à nossas mãos e se, chegar, imagino que não dará para cobrir as nossas dividas, uma vez que foi sugerido um valor apenas para pagar parte do que devíamos isso em 2009. Atualmente o valor da divida é bem maior.
    Como ele foi reformado por invalidez, entramos com o requerimento do “auxilio invalidez” que foi “indeferido”. Decisão essa que não entendo, uma vez que para a PM ele é inválido (apenas para receber os benefícios), mas, para o mundo civil ele está apto, porém quando foi sugerida a hipótese de retorno às atividades normais, já que estava apto, simplesmente foi ignorado.
     Vamos analisar como esta reforma foi devastadora para a nossa família:
    1º - Meu esposo foi reformado e saiu com uma mão na frente e outra atrás, ou seja, sem receber nada;
    2º - Mau de Parkinson é uma doença degenerativa  e com o tempo pode levar a pessoa a morte. Apenas os médicos da JCS não reconhecem esta moléstia como fator incapacitante. O Dr Lyster é um médico especialista no assunto (tanto que é membro da associação mundial de Parkinson) e afirma que o diagnostico é inequívoco. A JCS ignorou este diagnostico, bem como o uso de  medicamentos de última geração que ele faz uso até o presente momento.
    A JCS poderia ao menos ter se informado ou pedido orientação com o Dr. Lyster a cerca dessa doença, pois o mesmo se prontificou a fornecer esclarecimentos sobre o assunto. Ainda assim, nada fizeram e nem ao menos, perguntaram se era o desejo dele ser reformado.
    Na época ele estava fazendo uso de medicamentos “tarja preta” e naquele momento pouco sabia o que estava fazendo ou dizendo, pois esses medicamentos o deixavam com o nível de consciência reduzido. Neste dia, como eu não pude acompanhá-lo, contei com a preciosa colaboração de um amigo para tal, sendo que, no momento da consulta ele foi impedido de acompanhá-lo ao consultório, alegando que o mesmo não era parente próximo
    3º - Por causa do laudo de invalidez emitido pela JCS, ao se candidatar a uma vaga de emprego (no âmbito civil), por várias vezes, no RH destas empresas, questionado por qual motivo meu esposo foi reformado na PM, sendo ele ainda tão jovem (atualmente com 39 anos), e respondendo ele a verdade, (pois vai contra os nossos princípios mentir), mesmo com a existência da vaga, a resposta é sempre a mesma, “pode aguardar que se precisarmos entraremos em contato”.
    Outros mais audaciosos disseram “meu amigo, se a PM não lhe quer, por que eu devo querê-lo em minha empresa?”. Isso foi o que ele ouviu em uma entrevista na empresa de ônibus TRANSNORTE, onde foi apresentado ao diretor de lá, por um de nosso amigo que queria muito nos ajudar, a conseguir o emprego para ameniza nossa situação.
    4º - Não bastando tudo isso, foi negada ao meu esposo a promoção para cabo, uma vez que ele já tinha 10 anos de serviço. Um sargento da P1 disse que talvez o problema tivesse ocorrido devido a contagem de tempo de serviço ser realizada de forma errada, onde tinha “dispensa médica” foi contado como “licença médica”, aí pode estar o erro, mas, mesmo tendo conhecimento do fato, nada foi feito para reverter essa situação. Mesmo assim, deixamos de lado, visto as condições de saúde dele na época.

    5º - Esta reforma trouxe a certeza da morte anunciada para meu esposo. Veja só, uma pessoa doente que recebe menos da metade do que vinha recebendo, gasta boa parte do pouco que recebe todos os meses com a compra de medicamentos e esta impedido de melhorar essa situação, pois, não tem esperança de conseguir um emprego digno para que possa sustentar sua família e ainda saber que a doença não tem cura, vai esperar o que da vida! Isso é “morte anunciada”.
    Que esperança ele poderá ter nestas circunstancias?  Imagine só o que passa pela cabeça dele? Que punição mais injusta imposta a esta pessoa que nunca fez nada de errado na PM? Ao contrário, constam em sua pasta funcional vários elogios individuais pelos bons serviços prestados e ainda foi agraciado com a medalha de mérito militar grau bronze. Apenas foi acometido por uma doença grave, que poderá acontecer a qualquer momento com qualquer pessoa em qualquer profissão.
    Quem nos ajudou bastante, de 2009 até Agosto de 2010, foi minha amada sogra que faleceu em Setembro de 2010. Ela era aposentada e recebia uma quantia razoável. Nesse período não deixou faltar nada para nós, feira, contas de água, luz e telefone eram pagos por ela. Até roupa e sapatos ela comprava para os nossos filhos. Mas, infelizmente ela não está mais entre nós e esta fazendo muita falta.
    No momento meu esposo está recebendo pouco mais de R$ 300,00 mensais, descontado os empréstimos em folha e em débito em conta corrente, e também débitos com os medicamentos que não podemos ficar sem adquirir-los na rede conveniada pelo IPSM.
     Com este valor acima citado, nenhuma família é capaz de sobreviver digna e humanamente. Quando relatávamos essa situação a outras pessoas, as mesmas dizem que uma instituição como a PMMG jamais permitiria tal condição. Quando mostrávamos os documentos comprobatórios dos fatos, éramos orientados a procurar a imprensa para denunciar tal descaso, mas não era bem como não é essa a nossa intenção, e sim, só gostaríamos de resgatar nossa dignidade pelos meios amigáveis.
    Aqui, no batalhão, já percorremos todas as seções a procura de respostas para saber o desfecho final da sindicância social apurada em Dezembro de 2009. Não sabemos ainda se vamos receber a ajuda financeira proposta. Até hoje nada nos foi informado e fomos orientados na P1 a aguardarmos, que provavelmente seriamos informados quando chegasse a resposta. Em fevereiro deste ano buscamos resposta via e-mail junto a DEEAS – Assessoria Institucional da PMMG, onde fomos informados a inexistência de protocolo de entrada desta sindicância.
    Há pouco mais de 15 dias buscamos novamente a informação por telefone, também na DEEAS, que através da pessoa de nome Paola, fomos informados de que tal sindicância ainda não tinha sido protocolada neste setor para avaliação e provável liberação dos recursos financeiros proposto.
    Por várias vezes meu esposo pensou em desistir, largar para lá, mas, vão chegando as dividas e a falta de dinheiro juntamente com a cobrança de nossos filhos, que ainda não entendem a situação e por serem ainda crianças, somente deseja algo melhor para comer, brincar, vestir e sonhar, porém, nossas necessidades aumentam cada vez mais juntamente com a tristeza de meu esposo de querer voltar no tempo e achar uma resposta para tudo isso. É doloroso ter que suportar essa situação todos os dias em nossas vidas.
    Gostaria muito, Senhor Comandante, que fosse olhado com carinho a esta minha reivindicação, pois como o senhor bem sabe os policiais estão lutando por um salário mais digno para sua sobrevivência, o que dizer então da situação do meu esposo que tenta sobrevier com a quantia aqui mencionada. E, por hora, eu que trabalhava no SAMU, com as mudanças ocorridas no cenário político, fui dispensada ao final do meu contrato de trabalho.
    No momento, para não passarmos mais dificuldades, estamos recebendo a preciosa ajuda do nosso vizinho e amigo “Tone”. Ele esta nos ajudando porque meu esposo pensou em colocar nossa casa à venda, que embora está inacabada, tem certo valor, valor este que daria para quitar nossas dividas. Ao saber das preensões do meu esposo, e sensibilizado “Tone”, com tamanha bondade em nos ajudar, nos convenceu a não vendermos a casa e que por algum tempo ele poderia nos emprestar um valor mensal para complemento das nossas despesas. Porém, é mais uma divida que precisamos “um dia” quitar. São várias promissórias assinadas como garantia de pagamento futuro.
    Da forma que as coisas estão tomando rumo, não teremos outra alternativa se não a de vender nossa casa para não ficarmos o resto de nossas vidas endividados. Agora eu lhe pergunto senhor comandante, quando o dinheiro da venda da casa acabar, o que faremos? Roubar?  Morar em baixo de uma ponte? E nossos filhos quando perguntarem o que aconteceu?  Porque estamos vivendo assim? O que vamos responder para eles? 
    Peço ainda, se possível, que o senhor determine novamente a abertura de uma nova sindicância social para apuração dos fatos aqui mencionados, uma vez que, a sindicância anterior não foi atendida como deveria. Pois o militar designado para a apuração da sindicância não relacionou todas as informações fornecidas alegando não ter tempo suficiente e não ter permissão para prorrogação do prazo para a conclusão da citada sindicância.  
    Se possível gostaria que fosse designado um militar de sua confiança para esta apuração, se for o caso. Sendo assim, me coloco ao inteiro dispor para prestar quaisquer esclarecimentos juntamente com a apresentação de toda documentação que comprovem o meu relato a cerca deste assunto. Também, no 10º BPM, podemos citar vários militares que trabalharam na Cia PM com meu esposo (inclusive oficiais) que podem confirmar minhas declarações aqui mencionadas, pois muitos dos fatos foram presenciados por eles.   

    Segue anexo xérox e originais de alguns documentos para que o senhor possa analisá-los e tomar as providências cabíveis que julgar necessário:

    ·         Débito com empréstimo em C/C no banco Itaú (emitido em 17/05/2011);
    ·         Cartão de crédito ITAUCARD (emitido em 09/05/2011);
    ·         Débitos com cartões de crédito (VISA E MASTERCARD) no banco do Brasil, emitidos em 31/03/2009 e 15/05/2009 e aviso de cobrança extra judicial;
    ·         Débito com empréstimo no banco Rural, emitido em 30/11/2009;
    ·         Demonstrativo de pagamento da PMMG referente ao mês de Junho/2011;
    ·         Extrato da conta corrente no banco do Brasil referente ao mês de Junho/2011;
    ·         Mensagem de pedido de informação a respeito do desfecho da sindicância social, datada de 24/01/2011;
    ·         Mensagem da resposta da DEEAS informando que não foi dada entrada da sindicância no setor, datada de 09/02/2011;
    ·         Relatório médico assinado pelo Dr. Lyster, atestando, sem equivoco, o diagnóstico de doença “Mau de Parkinson”, datado em 12/01/2005. O original se encontra na pasta do meu esposo na JCS;
    ·         Ata da reforma expedida pela JCS em 2006;
    ·         Contagem de tempo de serviço, Publicado na separata do BGPM 87, página 36, de 13/11/2008;
    ·          Publicação da reforma no BGPM 82, página 04, de 28/102008;
    ·         Sindicância social datada de dezembro de 2009;
    ·         Publicação da sindicância social no BI 06, página 66 e 67, de 22/02/2010 do 10º BPM;
    ·         Despacho em requerimento nº. 253/10 – DRH de 14/10/2010 (Indeferimento do “auxilio invalidez”, publicado no BGPM 78, página 43, em 21/10/2010);
    Dos débitos acima mencionados, não estão relacionados alguns cheques sem fundos da minha conta corrente (devolvidos por duas vezes cada) e ainda os débitos/juros do cheque especial e outros. Ainda, promissória da divida com a reforma de um sofá em 2009, nota de débito com uma mercearia de uma amiga (mercearia São Tomé), contraído também em 2009, IPTU da nossa casa, contas da COPASA e CEMIG (dois meses atrasados), entre outras.   
    Senhor comandante, espero sinceramente que o senhor possa nos ajudar, lembrando-se que meu marido é seu irmão de farda e que o senhor está fazendo isso, não só para ele, mas para o senhor também, pois, Deus lhe retribuirá em dobro tudo o que o senhor fizer para o próximo, o que não dizer para seu irmão de farda, com certeza.





    Desde já agradeço à atenção.





    Sandra Maria Neves Dias
    Declarante


    Contatos:

    Endereço: Avenida Crisantino Borém, 345. Canelas II - Cep: 39403-452.
    Montes Claros / MG. Telefones: (38) 3084 0204 ou (38) 9181 9902. 
    e-mail: sandradiasttj@yahoo.com.br



     

6 comentários:

D1V3R disse...

Cara amiga Renata;
me pre-disponho a despositar algo da ordem de 100,00 em ajuda a este colega miliciano, desde que alguém como vc interceda junto a algum representante legal deste militar, para informar uma conta onde possa ser depositada a quantia. não é muita coisa, mas tenho certeza que se algumas centenas de colegas que gozarem de uma situação mais confortável do que a do nosso companheiro Jurandir, esse montande possa lhe dar uma situação digna de vida.
A exma Srª Sandra os meus parabéns, pois se mostra uma esposa leal e dedicada, que mesmo diante esses percalços se mantém firme na luta, ao lado de seu marido.


ramiro.lemos@hotmail.com

D1V3R disse...

Cara amiga Renata;
me pre-disponho a despositar algo da ordem de 100,00 em ajuda a este colega miliciano, desde que alguém como vc interceda junto a algum representante legal deste militar, para informar uma conta onde possa ser depositada a quantia. não é muita coisa, mas tenho certeza que se algumas centenas de colegas que gozarem de uma situação mais confortável do que a do nosso companheiro Jurandir, esse *montante possa lhe dar uma situação digna de vida.
A exma Srª Sandra os meus parabéns, pois se mostra uma esposa leal e dedicada, que mesmo diante esses percalços se mantém firme na luta, ao lado de seu marido.


errata*

Anônimo disse...

renata , vc sempre sera uma pessoa que preocupa com nossa classe ,tem amor ,carinho toda a a tençao.entao por favor arruma um cheitinho de ajudar esta familia tao sonhada em ser feliz.asim sendo todos nos poderemos compartilhar com alguma ajuda finaceira atraves de sua intervençao.acompanhado todo o processo desta espoza sofrida ,e principalmente deste pm.que sempre sonhou em ser um provedor de sua familia.eu tenho certeza que ha muitas pessoas querendo ajuda-lo , como eu ,porem nao sabemos como.e eu sei que unidos seremos mais forte e o que esta familia precisa , alem dos cuidados de DEUS.cb zacao de gv. mg

Mazinho Ribeiro disse...

Renata, é muito triste ver a situação deste irmão de farda e conterrãneo, esperamos anciosos uma forma de poder ajudar este nosso companheiro, através de um numero de conta corrente, etc. continue fazendo este trabalho brilhante que faz, somos muito gratos. Sd Ribeiro

Anônimo disse...

AMIGO TENHA FÉ E ACREDITE! PARA O HOMEM NÃO TEM CURA , MAS PARA O DEUS DO IMPOSSIVEL TEM O SENHOR JESUS CRISTO. ENTREGA TEU CAMINHO A DEUS E TUDO MAIS ELE FARÁ POR TI. PROCURA UMA IGREJA MUNDIAL OU ACESSE O SITE WWW.IMPD.COM.BR. TENHO CERTEZA QUE O DEUS DO IMPOSSIVEL QUE FEZ UMA MULHER ESTERIL COMO EU TER FILHOS E MUITO MAIS ELE FEZ, FAZ E A DE FAZER PRINCIPALMENTE NA SUA VIDA. CREIA ELE SÓ QUER O TEU CORAÇAO ,POIS ELE ESTAR DE BRAÇOS ABERTOS PARA TE ENCONTRAR. PENSE NISSO. O HOMEM NÃO FAZ NADA MAIS DEUS SIM ,O HOMEM É INSTRUMENTO. TENHO CERTEZA QUE DEUS TEM MUITO PARA FAZER NA SUA VIDA. SOU ESPOSA DE MILITAR CONHEÇEMOS UMA PESSOA COM ESTE MESMO DESAFETO QUE VC ESTA PASSANDO FIZEMOS O CONVITE PARA ELE IR A IGREJA MUNDIAL E PARA HONRA E GLORIA DO SENHOR JESUS ELE FOI CURADO E MUITOS OUTROS CASOS. VOU COLOCAR O NOME DE VCS NA IGREJA. AGORA QUANTO OS SEUS DIREITOS NÃO DEIXE NINGUEM FRUSTA-LOS PQ ISTO NÃO É DIGNO. FIQUEI MUITO INDIGNADA QUANTO LI A SUA CARTA NO BLOG. ISTO NÃO É JUSTO PROCURE UM ADVOGADO E RESGUARDE OS SEUS DIREITOS. CONFIEI EM DEUS E ACREDITE SÓ ELE PODE MUDAR SUA HISTÓRIA. FIQUE COM DEUS

Anônimo disse...

OLA MINHA PREZADA RENATA
COMO E BOM E AGRADAVEL QUE OS IRMAOS VIVAM EM UNIAO.HJ ME DEPAREI COM AMBAS AS CARTAS E LI E RELI COM MUITA TRISTEZA E DESOLAÇAO AO VER UM AMIGO E IRMAO DE FARDA PASSAR POR ESTE ESTREITO CAMINHO DE NAO SER AMPARADO E ASSISTIDO DIGNAMENTE .PARO E REFLITO COMO ESTA A VIDA DESTE MILICIANO E ACIMA DE TD ATRAVES DOS RELATOS BOM CHEFE DE FAMILIA E EXEMPLAR PAI.ME FITO A ELOGIAR SUA DD ESPOSA PELA LUTA E AMPARO AO SEU ESPOSO.UMA COISA NOS ADULTOS SUPERAMOS QUE E A BATALHA DO DIA A DIA MAS AS CRIANÇAS ALMAS LINDAS INGENUAS SIMPLES NAO CONSEGUEM ENTENDER ASSIMILAR QUE SEU PAI COMO UM POLICIAL MILITAR ATRAVESSA TANTAS DIFICULDADES.SEI QUE TAMBEM A CADA DIA TEMOS QUE MATAR UM LEAO PARA MANTERMOS NOSSAS NECESSIDADES BASILARES MAS ACIMA DE TD TEMOS UM DEUS QUE ZELA POR NOS E NOS PROTEGE E CONFORTA.QUERIA ME COLOCAR A DISPOSIÇAO DESTE HOMEM E APOS UM IRMAO DE FARDA PARA LHE SER SOLIDARIO EM O QUE ESTIVER EM MEU ALCANCE.POIS TEMOS QUE APRENDER A DIVIDIR O NOSSO POUCO E ESTE POUCO PARA NOS E MUITO PARA ALGUEM.POR GENTILEZA NOBRE AJUDADORA DO POLICIAL MILITAR NOS COLOQUE UMA CONTA CORRENTE QUE POSSA AUXILIA LO.NO MAIS QUE O SR DOS EXERCITOS O ABENÇOE VC E TD SUA FAMILIA.